quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Propaganda Médica

Essa me foi contada por um amigo, hoje aposentado, que durante muito tempo trabalhou em laboratórios.

Relata a forma de relacionamento dos Propagandistas Médicos, querendo sempre passar um trote nos colegas ao iniciarem suas atividades neste tipo de trabalho, naquilo que chamam de BATISMO, muitas vezes com a participação e/ou incentivo dos médicos.

Logo no seu primeiro dia de trabalho um deles foi visitar um Clínico Geral muito gozador e expert em molecagem, no bom sentido. Não lhe foi difícil perceber que estava diante de mais uma oportunidade de acrescentar uma vítima ao seu já grande cartel.

Ouviu o que o Propagandista tinha a dizer, agradeceu as amostras e, quando já ia saindo, perguntou se lhe podia pedir um favor.

“- No que estiver ao meu alcance, pode contar comigo”, disse de pronto o jovem, já querendo fazer a sua média.

- Tenho uma encomenda a entregar a um amigo, também médico, um pouco abaixo daqui, nesta mesma rua. Será que você poderia fazer o favor de lhe entregar? É até mais uma oportunidade para você vender o seu peixe, da mesma forma que falou comigo.

O rapaz, empolgado, na mesma hora colocou-se a disposição.

Estranhou o peso – de mais ou menos oito quilos - mas, foi a luta,
Ao receber a encomenda, o ouiro médico mostrou-se irado, dizendo que o outro tinha sido impiedoso com êle, que aquilo era um absurdo e por aí afora.

Daí, virou-se ao “entregador” e disse:

- Com pena de você, por todo esse peso carregado, não me sinto a vontade para poder retribuir ao médico que lhe mandou aqui, também com um presente que já comprei para ele faz algum tempo.

- Não se preocupe! Deixe que eu lhe passo a Propaganda em dois segundos e depois vou até lá e faço a entrega.

E, despedindo-se, partiu para o prometido, feliz da vida por estar podendo ser útil àqueles que tão bem o atenderam.

O primeiro médico, ao receber, a encomenda, agradeceu muito pelo seu trabalho como Propagandista e mais ainda pelo favor prestado.

Logo em seguida, ligou para o primeiro, as gargalhadas: cada um tinha enviado, ao outro, dois paralelepípedos muito bem embrulhados.

Os pedidos feitos ao pobre coitado nada mais era do que uma brincadeira de extremo mau gosto, que chamavam de trote, ao perceber que o Propagandista estava começando na profissão.

Um comentário:

  1. Aê Carlos! Isso vai acabar em outro livro hein! Grande abraço e vamos em frente!
    Abraços fortes, Artur Torres.

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